Ilustrando o tema de sua palestra, que versava sobre a insatisfação, o mau-humor rebelde, a reclamação pertinaz, Divaldo passou a recontar o caso interessante de uma jovem entediada com o casamento, de autoria do Dr. Schuller, do qual ele passou a falar antes, apresentando-o a nós.
“Uma das maiores autoridades teológicas na área protestante, Dr. Schuller, dirige a Igreja de Cristal em Los Angeles, na Califórnia.
Dr. Schuller é um desses admiráveis pregadores que encontrou no Evangelho a diretriz de segurança para uma vida feliz. Percorreu praticamente o mundo, levando a sua palavra inspirada e derramando a sua sabedoria sobre as almas e as vidas mais necessitadas.
Depois de uma experiência longa, ele escreveu um opúsculo de onde iremos extrair as experiências que deverão motivar as nossas reflexões.
Dr. Schuller, ao escrevê-lo, estabeleceu como medida basilar o pensamento do apóstolo Paulo, em maravilhosa epístola aos Coríntios: Aprendi a viver contente, na dificuldade e na alegria, aprendendo sempre a me voltar ao Senhor.
Conta Dr. Schuller, que a maioria de nós tem um entendimento equivocado da vida e de seus valores. Exatamente, as pessoas gostariam que a vida fosse aquilo que não é.
Estabelecem metas de felicidade naquilo que lhes falta, não naquilo de que dispõem. Ele recorda, por exemplo, que a maioria dos homens gostaria de ter nascido na cidade do Cairo, ou em Jerusalém, em Roma ou em Londres, ou São Paulo, ou Rio de Janeiro, porque realmente não nasceram ali. Porque aqueles que ali nasceram, gostariam, quiçá, de terem nascido em outro lugar.
Gostariam de ter nascido num lugar onde pudessem tornar-se importantes. E acreditam que o fato de terem nascido num lugar de importância, dá-lhes uma estrutura de alta relevância. E a verdade é exatamente o contrário. Jerusalém fez-se importante pelos homens que lá nasceram, viveram e ali realizaram algum ministério.
Não é a cidade que ao homem torna importante, mas é o homem que dá importância ao lugar que nasceu ou à cidade onde desempenha o seu papel.
(*) É necessário que nós saibamos florescer onde quer que a Divindade nos tenha plantado.
Estabelece, então, o eminente teólogo, que viajando pelo mundo, a tônica que ele encontrou foi a insatisfação. E deu-se conta que a pessoa humana é a mesma na megalópole ou na cidade modesta, no campo, ou na grande urbe.
O homem é sua missão e não o local onde é colocado.
Devemos deixar-nos conduzir pelas mãos de Deus que tanto nos pode plantar temporariamente aqui como nos pode remover definitivamente para acolá.
O homem é sua missão e não o local onde é colocado.
Devemos deixar-nos conduzir pelas mãos de Deus que tanto nos pode plantar temporariamente aqui como nos pode remover definitivamente para acolá.
Narra, então, o Dr. Schuller, segundo Divaldo, que uma jovem, sua conhecida, da cidade de Los Angeles, durante a guerra da Coréia, foi convidada a casar-se antes do período programado. Seu noivo, militar, fora convocado e deveria servir no deserto da Califórnia, a fim de ambientar-se ao clima tórrido, já que seria enviado posteriormente para a Coréia. Nesse local, a temperatura lembrava a região onde deveria servir. Lá, ele iria passar seis meses e era um período demasiado largo para a esposa ficar residindo em Los Angeles.
A jovem achou perfeitamente válido consorciar-se e acompanhá-lo. É dever da esposa seguir o companheiro a fim de com ele repartir as alegrias, tristezas ou preocupações.
Ela visitou a região próxima “à base”, onde o noivo estaria servindo, adquirindo experiência, e constatou que a região era completamente inóspita.
A Aeronáutica não admitia que se levasse familiares, porque não havia acomodações para as mesmas na região reservada aos militares.
Mas eles, na fantasia e encantamento, viram uma aldeia indígena, que fora abandonada tempos atrás. Acharam que e pudesse adaptar uma das cabanas iriam Ter uma vida confortável, apesar de certa distância da chamada civilização tecnológica. Melhoraram, então, duas cabanas, deixando-as o mais confortável possível.
Realizaram o matrimônio numa das mais belas Igrejas em Hollywood e depois transferiram-se para a aldeia.
Nos primeiros dias ela pode constatar como é venturoso amar à alguém. As outras duas semanas tornaram-se monótonas, porque o marido chegando muito cansado não despendia de tempo, nem disposição física e mental para longos diálogos. Os exercícios na área militar eram penosos, a temperatura causticante e as horas de repouso insuficientes.
A jovem esposa passou, portanto, a ter uma vida solitária apesar de acompanhada.
A região era árida e desagradavelmente monótona.
Na terceira semana ela escreveu uma carta à sua mãe e dizia que estava a ponto de enlouquecer. Não suportava a monotonia e estava profundamente decepcionada com o marido. Dizia que ele era um grande egoísta, só pensava nele, em seu trabalho e havia esquecido-a quase que completamente.
Ela estava disposta a abandoná-lo e voltar à comodidade de Los Angeles.
A mãe recebeu a correspondência, e porque era uma senhora sensata, escreveu uma carta que era um poemeto. Dizia em versos brancos, mais ou menos assim:
– Minha filha,
Havia dois indivíduos que estavam presos na mesma cela da penitenciária. Um olhava para cima e via o céu estrelado, o outro olhava para baixo e via a lama e o pó, ambos desagradáveis.
Abraços,
Mamãe.
A moça começou a meditar na sabedoria daquele poemeto, embora não o apoiasse, e chegou à conclusão que não é o lugar que torna feliz ou desventurada a pessoa. É o estado de espírito de cada um que torna deliciosa ou perturbadora a sensação do lugar onde se encontra.
Na manhã seguinte ela pegou o seu chapéu de Sol e saiu a andar para preencher a hora vazia. Nesse passeio, ela descobriu, pela primeira vez, uma concha do mar e ficou surpresa de encontrar, naqueles areais, um tipo de calcário e de concha daquele natureza.
Mais tarde ela viria a saber que o deserto da Califórnia, como todos os desertos, oportunamente haviam sido fundos do mar.
Ela pegou a concha e se encantou. Curiosamente foi além e encontrou outra e, ao meio dia, retornou à casa carregada de vários espécimes. Achou aquilo um encanto, e à tarde já estava novamente pelos areais procurando mais. Chegando, à noite, ela estava com mil notícias para dar ao marido.
Fico muito interessada, e na outra semana foi-se afastando da cabana até que encontrou, de repente, com uma taba indígena onde viviam os Cherokees. Ela ficou contente de ver alguém e apesar da discriminação social, dirigiu-se à aldeia e chegando ali, percebeu duas índias que faziam artesanato.
As índias reagiram à presença da mulher branca; ela no entanto fez-se simpática. Observando como as índias trabalhavam, pensou: “Meu Deus, eu sou uma mulher ociosa e a vida luxuosa de Los Angeles fez de mim uma peça decorativa.” Teve até coragem de confessar esse mal estar às duas moças,
“Será que vocês me ensinariam a tecer e em contrapartida eu lhes ensinaria a falar melhor o inglês” – propôs a nossa jovem.
As índias sorriram e aceitaram o desafio. A partir daí, então, ela ia catar conchas e aprendia a tecer o sisal.
Nas conversas com as índias, falou do seu interesse nas conchas que encontrou no deserto.
“Eu sei... No cemitério sagrado que nós temos nas dunas, existem espécimes que os olhos humanos jamais viram” – comentou uma das índias.
Ela se interessou, foi até lá e passou agora a colecionar verdadeiras raridades. A vida passava agora com celeridade e os dias ficavam cada vez mais curtos... Estava tão atarefada que o marido quando chegava encontrava o jantar sobre a mesa, porque era ela quem estava dormindo de cansaço. Mas eles reservavam o Sábado e o Domingo para a convivência.
A felicidade voltou, e ela não falava sobre outra coisa, que não fossem suas conchas e a tecelagem de sisal.
Passaram-se os seis meses e ela deveria voltar a Los Angeles. Começava a ter saudades daquela gente simples e amiga.
Atormentou-se interiormente e não desejava retornar. Seguiu, porém, com o seu marido, pois este era o dever de esposa.
Ao chegar em Los Angeles, falou com vários especialistas sobre as conchas. Alguns sugeriram que ela fizesse uma exposição. O fato chamou a atenção de vários periodistas. Ela apareceu na revista “Life”. A “Time” foi visitá-la para uma entrevista e, em pouco tempo, ela percebeu que era a maior expert em conchas do deserto.
Alguém sugeriu que ela escrevesse um livro. Foi um best seller.
Ela voltou várias vezes na busca de outros espécimes... Foi quando teve uma idéia luminosa: perguntou às índias o que elas faziam da sua tecelagem.
Elas disseram que vendiam a uma cooperativa por uma importância miserável, que mal lhes dava para comprar o material que gastavam na confecção das peças.
Pensou, então, em abrir uma loja, em uma galeria, onde seria exposto o artesanato indígena.
Era muito rica, não necessitava de grandes lucros. Da produção ela tiraria os gastos para o aluguel e impostos e mandaria tudo para a tribo. Em breve ela abriu uma outra loja em Bervelly Hills. Vários decoradores lhes encomendaram peças especiais.
Na época que o Dr. Schuller escrevia sobre a experiência dessa jovem, ela mantinha pelos Estados Unidos, uma cadeia de 120 lojas. Os índios tinham organizado várias cooperativas...
Já havia publicado dez livros sobre conchas. Era convidada a proferir conferências internacionais e consultada pelos maiores museus do mundo, inclusive, os de oceanografia.
Isto porque ela floresceu onde Deus a havia plantado...
Ao invés de ficar olhando para baixo, para a cela onde havia apenas lama ou pó, ela teve coragem de olhar para cima, aceitar o desafio e descobrir as estrelas.
Extraído do Livro: “Para sempre em nossos corações” – Maria Anita R.Batista – pg.47
Abraços fraternos.
Site: http://www.adrianamantanacoach.com/
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