A carência machuca profundamente.
Uma pessoa carente normalmente leva este tipo
de sensação aos diferentes lugares em que transita.
Tem um constante sentimento que lhe falta algo, como se
literalmente houvesse um buraco em seu coração.
Por mais que esteja rodeada de pessoas, se
sente insegura, ansiosa e sozinha.
Como se a família, os amigos e a vida afetiva não fossem suficientes,
e houvesse um déficit emocional, gerando profundo desconforto e incerteza.
Muitas vezes pessoas que apresentam este tipo
de quadro psíquico, passaram por diferentes situações de desemparo, desamor e
indiferença na infância.
Em outras palavras a causa mora em uma deficiência
afetiva, gerada em seu período infantil.
As vezes a pessoa pode imaginar, que com o tempo isto se
resolve, mas na prática isto não se mostra.
O que geralmente acontece é que a pessoa fica paralisada
emocionalmente em sua primeira infância (estacionada no tempo).
Como se esperasse que a mãe ou quem a criou, fornecesse
carinho e amor até o presente momento.
Sendo assim ela projeta nos parceiros e parceiras
afetivas, toda carência e falta de amor, não recebida quando ela era uma
criança.
Como você pode perceber isto na prática?
Olhando as suas relações.
Pois quando dois “adultos” brigam e discutem de forma
acalorada, no fundo são duas crianças, desejando ardentemente carinho, amor
e atenção.
Nas brigas uma pessoa trás todo o conteúdo emocional do
passado, sua carência, dores e traumas e lança sobre o outro. Para que o
outro resolva sua dor.
Isto não funciona, pois a única pessoa que consegue ter
acesso a esta ferida gerada na infância, é a própria pessoa.
Ela precisa com a ajuda de um profissional, ir até o
evento, ver, limpar, elaborar e integrar a questão. Para que este buraco
emocional seja suprido.
Os complexos são autômatos de acordo com Carl
Gustav Jung, ou seja, eles tomam a pessoa, agindo na vida do ser sem a vontade
do ego.
O complexo se torna um problema, quando ele está negativado
por conta de algum tipo de trauma emocional.
Ou seja, a pessoa quando tem este complexo ativado, age no
piloto automático. Em suma, ela diz e faz determinadas coisas, que em estado
normal de consciência não faria. Mas quando está tomada pelo complexo do
abandono, da rejeição e de inferioridade ela faz.
Por isto tratar a carência na origem é
essencial, pois só assim a pessoa conseguirá ter plena
consciência da atuação dos complexos em sua vida, e conseguirá lidar melhor
consigo e com o outro.
A grande dificuldade não é lidar com o outro,
mas sim lidar consigo mesmo, perante o outro.
A vida afetiva, pode proporcionar verdadeiros gatilhos
emocionais das dores, ocultas pelo tempo.
Afinal quando se está na presença do outro, este pode tocar
em determinadas feridas, que a pessoa já havia “esquecido”, pelo mecanismo de
defesa de sua própria sobrevivência.
Isto não é uma frescura, ou algo fútil. Muito pelo
contrário, faz parte da vida do ser e consequentemente é fundamental que a
pessoa olhe isto, com um profissional capacitado para tal.
Quando a pessoa está na face sombria da
carência, ela busca suprir esta lacuna emocional, com outras pessoas. O que é o
mesmo que tomar água salobra, pois ela nunca fica de fato saciada.
E torna-se um ciclo vicioso, em que ela pede atenção,
carinho e amor de terceiros. Isto de forma geral acaba sufocando o outro, que
se torna mais frio e hostil.
Em alguns casos há o rompimento da relação e a pessoa se
sente, fracassada e com baixa autoestima, sentindo como se não fosse boa o
bastante para ter uma relação significativa e satisfatória.
E o ciclo volta a se repetir.
Esta situação só cessará quando ela for na origem. Que
estão nos complexos ativados de forma negativa e o trauma de infância.
Sem isto, este ciclo continuará atuando constantemente na vida da pessoa.
E se você sente, que agora está na hora de lidar melhor com
esta questão dentro de você, e deseja a minha ajuda, para percorrer este
caminho. Vou deixar abaixo alguns possíveis caminhos.
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Adriana Mantana