Ninguém tem dúvida que amor cobre uma multidão de erros e dores. Afinal todo ser humano em última instância guarda em seu coração o desejo de ser amado.
Tudo o que uma pessoa faz em sua vida infantil, e permanece
fazendo em sua vida adulta, trata-se disto. A necessidade visceral de se
sentir amada.
Isto é o único sentimento que nutri e
alimenta, e que preenche lacunas emocionais internas de forma genuína.
Por mais ambíguo que isto possa parecer, uma pessoa pode
matar, por isto.
Falando do mundo interno, os complexos autômatos, se
retroalimentam pelo sistema interno de auto repressão. Ou seja, eles são
diretamente proporcionais, a força que a pessoa faz para negar ou fugir, de
algo que vive dentro dela.
Em outras palavras, quanto maior a repressão, mais ativado
de forma negativa, o complexo fica.
Sabe aquele velho ditado: “Quanto mais se quer fugir do
diabo, mais o diabo vem atrás de você”. É disto que estou falando.
Por isto o amor cobre uma multidão de pecados, de acordo
com a bíblia. Não estou com a intenção de tornar este artigo, com o teor religioso.
Gostaria que entendesse esta frase, a partir de uma visão psicológica.
O amor, realmente funciona como um agente de
cura.
Por isto, negar um complexo, ou algo que a pessoa acredita
ser negativo dentro dela, não funciona e aumenta a dor e a dificuldade.
A ideia é amar integralmente o que se é.
Com os “erros”, sombras, dores e dificuldades.
Soltar a culpa, se perdoar e se liberar da autopunição.
As questões que mais atendo em consultório,
estão ligadas a questões como culpa, falta de autoconfiança, insegurança e
medos diversos.
Muitas pessoas têm muita dificuldade em dizer não, pois
estão presas no sistema de dor, da falta de amor.
E por isto, se negam, para que desta forma,
possam receber migalhas de afeto e um suposto amor.
O problema é que isto não traz à saciedade, fazendo a
pessoa repetir este ciclo, até o final de vida. Muitas não sabem do que gostam,
e vivem literalmente no piloto automático. Como se a vida, fosse igual todos os
dias. Estão anestesiadas emocionalmente, vazias e solitárias por dentro.
Não sabem colocar limites nos outros, porque a
verdade é que não sabem quais são os seus limites, valores mais profundos e propósito
de vida.
Além disso, quando se “aventuram” e começam a
dizer não. Vem um sentimento forte de culpa, e para não sentir este desconforto
interno, preferem engolir seco, se anular, para evitar a sensação de culpa.
Porque são suas piores carrascas. Se cobram, punem e se automutilam
emocionalmente.
O amor é um bálsamo curativo, sem ele o ser humano se torna
seco e sem vida. O brilho dos olhos se esvai e se torna, cínico e rabugento.
Achando que a vida é uma luta, uma verdadeira tragédia grega.
Existe uma ilusão de amor ao próximo, pois a
verdade é que para amar alguém de verdade, primeiro é preciso se amar.
Pois se isto não acontecer primeiro, trata-se de um
sentimento projetivo. Com o interesse de tapar o buraco interno da falta de
amor.
O único amor que cobre este buraco interno é
próprio.
Infelizmente a humanidade aprendeu em tenra idade que é
preciso amar, os outros em primeiro lugar.
Para comprovar isto, basta recordar as famosas frases dos
adultos: “Joaninha, deixa a visita dormir hoje em sua cama, você dorme no
chão ou no sofá”.
E assim, na infância a maioria aprendeu que o melhor, é
para os outros e não para si.
Sendo que até o mandamento bíblico diz: Amarás o teu
próximo, como a ti mesmo. Só reforçando, considere esta frase a partir de
uma visão psicológica.
Em outras palavras, primeiro saiba se amar,
para só depois amar verdadeiramente o próximo.
Inverter isto e se colocar em primeiro lugar, é trabalhoso.
Mas a boa notícia é que é totalmente possível.
·
O amor-próprio tapa o buraco interno.
·
O amor-próprio cura as feridas emocionais.
·
O amor-próprio aumenta a autoconfiança.
·
O amor-próprio aumenta o autorrespeito.
·
O amor-próprio aumenta a autovalorização.
Então trata-se de um trabalho que vale totalmente a pena.
Pois é um sentimento, que pode mudar completamente a vida de uma pessoa, se ela
se permitir.
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Adriana Mantana
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