quinta-feira, 19 de novembro de 2020

A dor de uma vida afetiva frustrada.


 

A ferida emocional afetiva é delicada e complexa ao mesmo tempo, requer enfrentamento, coragem e amor-próprio para ser resolvida.

Existem algumas pessoas que passam anos com esta ferida sem solução, e isto invariavelmente as leva à uma vida afetiva frustrada e muitas vezes dolorosa.

A sensação torturante da estagnação e a sensação de impotência na vida a dois, faz com que a pessoa que tem esta ferida, perca o bom ânimo, a alegria de viver, o entusiasmo e a confiança na vida.

Ter uma vida afetiva mal resolvida trás sérios efeitos nocivos. Não adianta dizer que o tempo cura tudo, porque isto é uma mentira. Para comprovar o que afirmei basta olhar para o passado. Aquele relacionamento que ficou pendente ainda grita dentro do peito.

Algumas pessoas inconscientizaram a dor, no entanto os efeitos continuam reverberando mesmo estando no inconsciente.

Muitas vezes se passaram anos, mas a vivência ainda persisti causando dificuldades na vida afetiva atual.

A sensação da raiva, mágoa e frustração ainda permeia a vida.

Além da vida afetiva da própria pessoa em questão, que é fundamental ser vista, elaborada, limpa e reintegrada. Gostaria de ressaltar que ninguém vive isolado, e somos frutos de um meio familiar, educacional e da sociedade como um todo.

Herdamos por contágio psíquico padrões de relacionamento e formas de conduta da vida a dois.

Isto quer dizer que repetimos o mesmo padrão de comportamento dos nossos pais, na imensa maioria das vezes.

Afinal o primeiro relacionamento que tivemos ao vir ao mundo foi em primeiro lugar com a nossa mãe, durante 9 meses no ventre, absorvendo a nutrição, as emoções e pensamentos de nossa genitora.

Após este período ela nos amamentou ou não, isto também é importante considerar. Porque isto tem um efeito direto na vida da pessoa quando ela se torna adulta.

Na sequência iniciamos o nosso relacionamento com o nosso pai.

Durante a infância, observamos e aprendemos através do exemplo.

Nas constelações familiares costumamos dizer o seguinte: Se algo não está satisfatório e leve em sua vida hoje, olhe para o passado familiar, suas respostas e soluções estão lá.

Se a sua relação com a sua mãe e pai não está resolvida, isto impacta diretamente em sua vida a dois. Pois o EGO não amadureceu e fica preso no passado. Ou seja, a criança interior ferida vivência em cada relação, o relacionamento e as carências em relação a origem. E se você não se sentiu amada, aceita e aprovada por seus pais, consequentemente vai projetar isto em todas as suas relações, principalmente na afetiva, em que o vínculo é mais próximo.

Costumo dizer nas sessões para minhas clientes que enquanto não se sentirem amadas, aprovadas e aceitas verdadeiramente pela mãe e pelo pai, elas continuaram tendo dificuldade em sua vida a dois.

Preste muita atenção quando a cobrança, a ansiedade e a carência estão exacerbadas, pois isto é um alto indício que existe uma ferida antiga vindo à tona para ser limpa e ressignificada, ou seja, trata-se de uma ferida que foi gerada na infância. E portanto, como eu disse no início é preciso navegar nas águas profundas da psique para resolver a dor afetiva.

Agora acrescente o fato do parceiro ou parceira, estarem no mesmo mecanismo psíquico emocional. Ou seja, ele ou ela também tem suas feridas da infância.

Por isto as brigas, ciúmes, traições e diversos conflitos permeiam a vida a dois, pois são duas crianças feridas se relacionando.

A boa notícia é que ao resolver a relação com os pais e na sequência a relação afetiva que mais impactou para a pessoa, ela conseguirá fluir normalmente e as brigas, conflitos e todas as mazelas emocionais cessarão.

Não adianta tentar resolver a situação só com o olhar no agora. É preciso ter o olhar no agora e no passado.

Muitas vezes existe inclusive uma recorrência em relação a frustração e dor afetiva. Ou seja, normalmente a pessoa vai acumulando várias relações similares de muita dor.

Ao fundo existe uma raiz, que faz a dor da perda, do abandono, da rejeição e da traição pulsar o tempo todo.

Isto faz pessoa sofrer muito com a insegurança, carência e ansiedade. Chegando ao ponto de causar desconforto ao dormir, falta de concentração durante o dia, compulsões alimentares, compulsões com gastos e infelizmente somatização física. Portanto trata-se de algo sério. É necessário intervenção externa pois na imensa maioria dos casos a pessoa não consegue sair deste tipo de situação sozinha.

Vou deixar alguns caminhos para você, caso tenha gostado do texto e tenha interesse em se aprofundar, rumo a uma solução o mais leve possível.

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Adriana Mantana

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