terça-feira, 18 de outubro de 2011

O passado...


“Mesmo quando os conflitos decorrem como efeitos reencarnacionistas, que se manifestam com psicopatologias de angústia, de medo, de insegurança, sob o aguilhão do remoroso de algo inexplicável, a conscientização do bem que se haja feito, e ainda se poderá fazer, produz um lenitivo que suaviza os conflitos, facultando a disposição sincera para reabilitar-se.
No exame dos insucessos, uma atitude deve prevalecer – a do autoperdão – por considerar-se que aquela era a maneira que caracterizava o estado de evolução no qual se encontrava, porquanto, se houvesse mais conquistas, ter-se-ia agido de forma diferente, sem atropelos nem desaires.
O autoperdão é uma necessidade para luarizar a culpa, o que não implica em acreditar haver agido corretamente, ou justificar a ação infeliz. Significa dar-se oportunidade de crescimento interior, de repração dos prejuízos, de aceitação das próprias estruturas, que deverão ser fortalecidas. Graças a essa compreensão, torna-se mais fácil o perdão dos outros, sem discussão dos fatores que geraram o atrito, com imediato, natural olvido do incidente.
Logo depois, faz-se inadiável trabalhar a culpa, corrigir o ressentimento, caso se haja sido vítima ou o algoz. Na primeira situação, considerar que as circunstâncias de então fomentaram o acontecimento e agora elas estão alteradas, muito diferentes, portanto, exigindo um novo comportamneto, que se coroará de resultados bons. A simples mudança mental propicia uma visão diversa do fato, mais favorável e benéfica. Na segunda, por haver desencadeado conflitos e prejudicado, o reconhecimento do erro é o próximo passo para a recuperação pessoal e apaziguamento com o ofendido. Em se tratando de ação pretérita, remota, a disposição psicológica para a renovação do comportamento influencia as Leis de causa e efeito, que proporcionam respostas emocionais gratificantes. Quando próximo, esse passado, mediante as visualização que possibilta o encontro mental com o prejudicado, encarnado ou não, a apresentação do arrependimento e os propósitos de não repetir o incidente, com sincero afeto, são preciosos  instrumentos para o equilíbrio...
Seria ideal que a vítima compreendesse a situação e desculpasse o agressor, porém, se isso não ocorre, não é de importância capital. O essencial é o gesto daquele que se arrepende, que se reequilibra e resgata os prejuízos causados.
Muitas vezes, deseja-se retornar ao passado com a experiência do presente, na expectativa de que se não cometeria os mesmos erros. Isso talvez ocorresse, no entanto, é provável que, se possuísse o conhecimento e não dispusesse das reservas de forças morais, a pessoa não agiria corretamente.
Todo conhecimento bem vivido e analisado trasnforma-se em patrimônio de experiência valiosa, ensinando, quando negativo, a técnica de como não se deve agir em determinadas situações.
Lição anotada, aprendizagem garantida.
A técnica da visualização, com o objetivo de recuperação, deverá ser repetida com frequência até o momento em que desapareça o fator conflitante, preponderando a autoconfiança em relação ao comportamentos futuros para com o desafeto.
Torna-se relevante a conquista da segurança íntima, de forma que a conduta esteja orientada pela consciência, mantendo-se sempre vigilante em todos os momentos , particularmente nas ações. Esse comportamento se tornará habitual, passando a integrar a personalidade que fruirá de harmonia pelo bom direcionamento aplicado a existência. Será uma forma de unificar o ego ao self, permitindo-lhe que o eu profundo, o Espírito, comande o corpo, controle as reações e automatismos, heranças que são da agressividade animal, dos instintos primários ainda em predomínio.
A marcha é longa e enriquecedora. Cada degrau conquistado aproxima o ser do patamar almejado, que o aguarda.”

(Joanna de Angelis)

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