quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Manual da Incompetência Afetiva...


Escravo do afeto.
Como está vulnerável, torna-se presa fácil dos oportunistas de plantão.
Vive de migalhas, das 24 horas do dia, contenta-se com 30 minutos de prazer e 23:30 h de vazio e insatisfação.
 Independe da faixa etária;
Do nível sócio econômico;
Permeia ambos os sexos.
Entrega a vida ou parte dela nas mãos de mentes desequilibradas, porque desequilibrado emocionalmente está.
Não estabelece critérios saudáveis para inaugurar um novo vínculo. "A fila anda"
Transfere para o outro a responsabilidade de lhe fazer sentir valorizado, querido, amado.
Não toma iniciativas empreendedoras e muitas vezes nem tímidas.
Vive como uma sombra do outro com sérias dificuldades de mostrar a sua luz.
Alguns não têm foco, meta, visão.
O foco está no outro.
Usa o filtro do outro para manifestar o que sente, pensa e acredita.
Muda os hábitos pessoais para os hábitos extras pessoais.
Abstém-se da família, amigos, profissão, hobby, guarda roupa, hábitos mil para acolher e internalizar os hábitos do companheiro.
Deixa de ser Sujeito da sua História para ser objeto.
Sua história de vida, seus valores e sentimentos não interessam.
Perde o livre arbítrio, torna-se uma peça que deve ser encaixar perfeitamente em uma engrenagem rígida, inflexível e egoísta de quem me acompanha.
A incompetência afetiva escraviza, anula, paralisa a evolução do ser.
O ser já entra na relação com saldo negativo.
É digno de um prêmio valioso (como não tenho muito a oferecer, ofereço a minha submissão) para aquele que me aceita na relação.
Mente para si mesmo, elaborando conceitos fantasiosos sobre o outro, alicerçado em suas carências e no desejo desenfreado de Ter alguém, custe o que custar.
Leva para casa o lobo mal, disfarçado de parceiro ideal.
Existe aí uma combinação “perfeita” a parceria das trevas, entre aquele que domina e o que deseja ser dominado.
O ser carente distorce a percepção, cristaliza o cérebro, evitando novas conexões mentais, engessando conceitos forjados pela cegueira emocional.
Sua vida, suas escolhas não lhe pertence mais.
Terceiriza a administração da vida, e o que pior, nem sempre sabe quem está no comando e nem quais são as suas intenções. 
Faz vistas grossas, desprezam pistas, algumas escancaradas de condutas levianas do outro sem valorizar os sinais de alerta, importantes e muitas vezes vitais sobre a sua conduta e o seu caráter, assumindo uma atitude de cegos mentais, suicidas emocionais.
Entra em um barco furado, acreditando que o furo não o impedirá de fazer a viagem dos seus sonhos, como nem sempre é possível remar e tampar todos os furos ao mesmo tempo, naufraga na profundeza da dor e da frustração de um amor falido.
Algumas relações já nascem mortas ou contaminadas, só “vingam” em função do sistema imunológico da incompetência afetiva.
O que nos faz assumir essa conduta? Carência afetiva, medo, insegurança, rejeição, auto-estima inadequada, ausência de conhecimento sobre nós mesmos.
Você precisa da aprovação dos outros para se sentir melhor?
Sente-se a vontade para manifestar seu ponto de vista?
Consegue permanecer como estava antes da chegada dele?
Escolhe as palavras?
Encolhe sentimentos?
Afastou-se dos amigos e da família?
Deixou o emprego?
Abandonou os estudos?
Mudou o modo de vestir-se?
Abandonou ou mudou de religião?
Não emite mais a sua opinião?
Só consegue sorrir e ser espontânea na ausência dele?
Ri das condutas chulas e piadas tolas dele?
Está na relação para manter o padrão?
Está na relação porque ele patrocina todos os desejos consumistas?
Não sente competente o bastante para recomeçar a vida do zero?
Mantém a relação para manter as aparências?
Sente-se mal, nojo, asco e indiferença quando lhe toca?
Ele te cobre de presentes para compensar os comportamentos dementes?
Ele te trata como um objeto descartável?
Ele te usa como um objeto de exposição te exibindo para a sociedade para nutrir a sua vaidade?
Ele vasculha o seu celular, e-mail, agenda e outros objetos pessoais sem a sua permissão?
Tem o hábito de nunca atender o celular na sua frente, e quando você atende uma ligação ele quer saber quem está ligando?
Já ligou para você e pediu para você passar o telefone para a pessoa que estava contigo naquele momento?
Impede-te de sair sozinha?
Quando sai só, precisa apresentar um relatório?
Não aceita que pessoas do sexo oposto lhe preste algum tipo de serviço como: Personal Training, profissionais da saúde, prestadores de serviço de um modo geral, só abrindo exceção para os cabeleireiros que ele conhece?
Exige que você esteja sempre disponível para o sexo sem lhe consultar?
Apresenta-se como um Gentleman/cavalheiro na rua e um tirano em casa?
Esquece do seu aniversário e não consegue perceber o que você fez no salão de beleza na maior parte do dia?
Marca viagens, chama o time de futebol para jantar na sua casa e não lhe comunica?
Vai pescar com os “amigos” e nunca abriu a caixa com o Kit de pescaria e nunca trouxe um peixe?
Sai de viagem constantemente e volta com a mala intacta?
Você vive uma relação clandestina: Ele “esta com você”, mas vive prometendo: que assim que os meninos crescerem e a sua esposa falecer ele irá te assumir?
Não faz programas com a família e nem com você?
Te vê como uma mãe e não como uma mulher e esposa?
Já te esqueceu em casa pronta para sair, no Shopping ou em outros lugares?
Trabalha de segunda a segunda e quando chega ao final do dia, ele ainda leva trabalho para casa?
Vai para cama geralmente de madrugada, quando tem certeza de que você já pegou no sono?
Escala de prioridades dele: Trabalho, vida social, TV, Internet, Amigos, colegas de Trabalho, Desconhecidos, Filantropia, filhos e se sobrar tempo, Você?
Já teve a impressão de estar falando com uma parede?
Já perdeu as contas de chamá-lo para conversar sobre o relacionamento sem ser atendida?
Lembra-se de quantos anos você está esperando por mudança?
Qual é o grau de admiração que você nutre por essa pessoa?
Ele só te procura quando esgotou a agenda e com finalidades especificas como: manter relações sexuais, desabafar e trocar umas idéias “profundas” e descompromissadas?
Existem relações que libertam assim como também existem aquelas que aprisionam;
Será que nessa existência ainda você fará alguma coisa no sentido de abandonar esses conceitos rígidos de ódio, baixa auto-estima e recuperar a sua dignidade de ser humano?
Mudança implica em colocar em movimento alguns processos que se encontram estagnados.
A boa notícia é que a escolha depende exclusivamente de cada um de nós, mas de nada adiantará se ela não for baseada em uma auto-estima saudável.


Marcelo Machado de Albuquerque."

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